YOUPIX BUILDERS 2019

Ale Santos [Savage Fiction]

Só uma pergunta: tá preparadx pro currículo do Ale Santos? Por que olha o quanto Ale já realizou: Ele já representou o Brasil em uma antologia mundial de SCIFI e foi jurado da edição brasileira do concurso. É também o Game Master e Designer da gamificação do maior evento de TI da América Latina, o IT Forum. Escreveu para boardgames como Selene The Fantasy e RPGQuest e colaborou em uma peça de teatro para a IBM. Trabalhou com a Storytellers Brand’Fiction, o primeiro escritório de Innovative Storytelling do Brasil, fundado pelo pioneiro do estudo acadêmico em Storytelling. E fundou a Savage Fiction, uma consultoria de Entretenimento Estratégico e produzo cursos ou palestras sobre Gamificação e Storytelling Interativo. Ale começou escrevendo no Twitter, depois publicou um livro e agora está dando consultoria para um filme. Olha essa trajetória Brasil!!! No meio disso tudo, ainda arranja tempo pra ser uma das vozes mais importantes e contundentes entre os movimentos negros brasileiros e o reconhecimento de suas ancestralidades.

Gabriel “Sukita” Matos [BuzzFeed]

Atualmente, como líder na produção de conteúdos de marca no BuzzFeed Brasil, Sukita une o entendimento apurado do comportamento do brasileiro no ambiente digital à capacidade de transformar as mensagens de marca em algo que interesse de verdade a audiência, sempre fornecendo insights para que as empresas se conectem melhor com seus consumidores. Além disso, foi ele o responsá
vel pela criação de uma das coisas mais legais do BuzzFeed esse ano, o BuzzFeed Vozes, selo de diversidade que promove o acolhimento de funcionários não-brancos e que produz conteúdo com temática racial.

Gleba do Pêssego

Negros, gays, periféricos… e desafiando as narrativas audiovisuais que são criadas aqui no nosso racista país. O Gleba do Pêssego é um coletivo que busca representar vivências de grupos oprimidos e de pessoas fora dos padrões normativos impostos pela sociedade através de um olhar de jovens vindos das periferias da Grande São Paulo e membros da sigla LGBT. O circuito audiovisual ainda possui pouquíssima representatividade das periferias (na frente e atrás das telas) e Asaph Luccas, Carol Santos, Gabriel Soares, Guilherme Candido, Joyce Santos, Leonardo Domingos, Tatiane Ursulino e Oliv Barros ocuparam esses espaços, buscando levar os filmes que eles produzem para o circuito cultural periférico, propondo diálogos e reflexões após as exibições. Uma das marcas do coletivo é o processo compartilhado pela equipe, que possui voz ativa durante todas as etapa do processo, desde a elaboração dos projetos e roteiros até a finalização dos filmes. Dá uma olhada no delicioso curta “Bonde” (que conta a história de jovens LGBTQI+ que juntos encontram força pra lidar com o racismo) e no projeto “Negritudes Coloridas” que eles fizeram com a Nataly Neri esse ano e fala sobre colorismo e racismo estrutural.

Inaiara Florencio [SunsetDDB]

Minha amiga Samantha Almeida sempre diz que a publicidade não apenas reflete a sociedade, mas a valida, reforça e cria. Por isso, quanto mais pessoas contribuindo para uma nova visão de como a publicidade deve ser, mais chance temos de promover alguma mudança nas estruturas e engrenagens da indústria. Por isso Inaira está aqui. Como Diretora de Social Media e Head de Influência da SunsetDDB, Inaiara atende grandes clientes de segmentos como política, varejo e serviços, e tem a chance de mudar a narrativa das marcas no digital antes dela ir pra rua. Com especialização em Marketing Político e pós graduação em Comunicação e Redes Sociais, ela acredita realmente que equipes trabalham melhor do que só uma pessoa, que as marcas precisam de clientes satisfeitos e felizes e que é preciso saber perder, aprender com isso e buscar alternativas para ganhar.

Isa Ventura [Squid]

Se hoje o slogan da Squid é “Power to the People”, isso tem a ver com a visão humanista e inclusiva da Isa, que atua como CEO da empresa. Existem muitas plataformas de busca e contratação de influenciadores no país hoje, mas a Squid é focada em nano ou micro-influenciadores e, nos últimos 5 anos, ajudou a distribuir o dinheiro de marcas (geralmente concentrado nas mãos de alguns poucos e poucas) para mais de 10 mil influenciadores e criadores diferentes. Nosso mercado é jovem e ainda tá crescendo, é importante pensar em como pode ser mais descentralizado e includente. Se isso não fosse suficiente, ela ainda tem umas credenciais tipo essas: mestre em engenharia econômica e empresarial pela Universidade de Grenoble, na França, e alumni do programa de executivos da Harvard Business School, por 3 anos seguidos recebeu o prêmio Profissional do Mercado Digital do Digitalks, sendo a profissional que mais se destacou no cenário digital na categoria marketing de afiliados.

Joana Mendes [Idánimo]

“Quando conheci a Joana, há uns 3 anos, ela me fez uma pergunta que me deixou muito desconfortável, mas me tirou de uma puta inércia. Ela me perguntou: ‘Bia, porque não existe uma Kéfera Negra?‘”, conta Bia Granja aqui da YOUPIX. Joana é assim. Ela vai te fazer todas essas perguntas desconfortáveis, mas também vai te dar ideias de como pode ser diferente. Rondoniense, redatora publicitária há 13 anos, já passou por agências como FC
B, JWT e Loducca. Foi a única mulher brasileira selecionada para fazer parte do primeiro Young Lions Creative Academy, no Festival de Cannes e, também, fez parte do primeiro programa de Mentoria do Think Olga. Vem falando sobre raça e publicidade em lugares como: Festival Share, Campus Party, ESPM, Mackenzie e Publicis. Atualmente Joana é sócia da Idánimo, uma consultoria negra, feminista e LGBT, onde se trabalha a imagem e o posicionamento de clientes para que a comunicação deles seja mais diversa, mais inteligente e mais relevante no mercado. E acabou de lançar o Young Gifted and Black, banco de imagens feito por e com pessoas negras. Se a gente constrói as nossas percepções sobre o mundo a partir das imagens que consumimos, o YGB tem muita força na hora de mudar o padrão que vem sendo empurrado pra gente na publicidade.

Kaique Brito [Creator]

Kaique Brito tem 15 anos, mora em Salvador e é representante da nova geração de criadores que vem mudando a forma e o ritmo com o qual consumimos conteúdo. Unindo entretenimento e críticas sociais, Kaique já alcançou milhões de pessoas com seus vídeos e consegue falar de assuntos críticos com humor e leveza. Seu primeiro vídeo viralizou em junho desse ano e foi uma dublagem/reencenação de um vídeo de uma pessoa branca dizendo que sofre racismo. Vai ver aqui. Seu estilo meio TikTokiano de edição somado com uma visão crítica e politizada da vida representa toda uma geração. Ah, essa semana ele fez um Q&A no Twitter Brasil e batendo o recorde de perguntas na plataforma.

Katu Mirim [Creator]

Katú é rapper, atriz, periféria, gay, artista e ativista. O nome Katú Mirim nasceu através do batismo Nhemongarai, batismo do povo Guarani Mbya. Hoje o nome Katú se tornou também seu nome artístico. Apesar de ter sido reconhecida como indígena pelos Guarani Mbya da TI Jaraguá, Katú tem ascendência Boe e pertence ao povo Boe Bororo, clã Bokodori Ecerae, de Mato Grosso. Nascida e residente na periferia do interior Paulista, ela é artista independente e iniciou sua carreira na música em 2017 com o lançamento do single Aguyjevete. Esse ano ela participou de um painel no YOUPIX Summit, onde contou um pouco mais sobre sua trajetória e sua luta como mulher, indígena e LGBTQ+, e chamou a nossa atenção para a delicada e injusta situação dos povos originários brasileiros. No palco do evento, ela não deixou passar: “Eu olho pra plateia e vejo muitos brancos e alguns negros, mas não tem nenhum outro índigena que não eu”.

Laís Franklin [ Vogue Brasil]

“Se hoje você abre uma Vogue e vê gente preta, artistas e creators, é por causa dela”, disse uma amiga do mercado aqui pra gente. Como repórter de cultura e lifestyle na revista, historicamente uma das mais elitistas do país, Laís desempenha uma função importante na abertura de pautas que contemplem as narrativas da mulher negra, do racismo e de como podemos questionar nossa branquitude. Leia seu último texto na revista: “O racismo te faz questionar a própria existência — e eu senti isso na pele“.

Meteora Podcast [Cris Guterres &Renata Hilário]

O Meteora é um podcast quinzenal cheio de propósito, que diz o que pensa para provocar inspiração e informa para provocar ação. Apresentado por duas maravilhosas mulheres, Cris Guterres e Renata Hilário, o podcast aborda temas importantes através de um olhar moderno, sem tabus e com muita diversidade; ampliando vozes de pessoas antes invisibilizadas, contando histórias que por muito tempo foram escondidas. Renata Hilário é mestre em Comportamento do Consumidor e Inteligência de Mercado e Consultora de diversidade e inclusão, especificamente na questão étnico racial. Cris Guterres é jornalista e empreendedora e sonhadora. Especialista em Liderança e Gestão de Pessoas e palestrante sobre diversidade e liderança feminina. Mulherões da porra toda!

Monique Evelle [Escritora e Empreendedora]

Reconhecida pela Forbes como “30 under 30”, Monique Evelle lidera times de alta performance para prototipar soluções em até cinco dias, utilizando o método MESA. Já desenvolveu soluções sob demanda para grandes marcas como Google, Santander, Klabin, UOL e mais. É idealizadora de diferentes negócios sociais como Desabafo Social e Evelle. Já fez três TEDx, participou do Conectados Al Sur, Global Symposium Artificial Intelligence & Inclusion, da Universidade de Harvard e diversos outros eventos nacionais e internacionais. Além de diversas contribuições em áreas de pesquisas e inovação. Com 24 anos, foi repórter do Profissão Repórter, da Rede Globo, sendo finalista do Troféu Mulher Imprensa 2018 com a reportagem sobre Feminicídio na categoria Melhor Reportagem Especial sobre Mulheres. Multi-mega-ultra-empreendedora, hoje ela está a frente da Responsa, braço da agência Bullet voltada às periferias.

Murilo Araujo [Creator]

Murilo é jornalista, cristão, pesquisador e ativista LGBT negro. Também é youtuber, criador do canal Muro Pequeno, que trata de temas ligados à diversidade sexual, racial e de gênero, enfrentando preconceitos e discursos de ódio com uma abordagem didática, leve, aberta e bem-humorada. Esse ano ele lançou o projeto #PotenciasNegras, criado para ampliar as conversas em torno do mês de novembro, mês da Consciência Negra. Foram 30 entrevistas com 30 pessoas negras vindas de áreas e de projetos diversos, pautando e mostrando o quanto são potentes e plurais. Em 2018 ele foi um dos Boosters no programa de aceleração da YOUPIX e morremos de saudade deles nos provocando a pensar fora da nossa bolha e construindo pontes pra fazer do mercado algo melhor e mais inclusivo.

Passa [BRUNCH]

O que dizer da Ana Paula Passarelli, mais conhecida como Passa, ou também “Fada da Precificação”. Antes dar dar as credenciais, é legal dizer que ela foi uma das pessoas mais vocais em relação aos problemas da nossa indústria. A Passa dedicou a última década da sua carreira ao mercado digital, trabalhando COM, COMO e PARA creators e influenciadores digitais, apoiando essa galera no desenvolvimento de modelos de negócios digitais sustentáveis e fomentando as melhores práticas para o mercado publicitário. Além de mestre em comunicação e semiótica e criadora de conteúdo, é também COO da BRUNCH, agência responsável por desenvolver modelos de negócios e projetos de branded entertainment content para criadores e marcas. Ah, e ela também é mentora do Creators Boost aqui da YOUPIX, na área de negócios e precificação e já ajudou centenas de criadores a cobrarem o preço certo pelos seus produtos de conteúdo.

Rapha Martins [Globo]

Com mais de 15 anos de experiência em publicidade e comunicação, Raphaella Martins é Content Business Solution Executive da Globo. Antes disso, trabalhou durante quase 5 anos na agência JWT, onde foi co-responsável por criar e implementar o Projeto 20/20, de inclusão de pretos na cadeia produtiva da publicidade. Ela defende que empresas estabeleçam políticas pautadas na diversidade e cobra parceiros e fornecedores por inclusão em seus processos. Uma frase bastante potente dela: “nós, como líderes, podemos fazer escolhas. Não há decisão estratégica que não passe pela questão racial, direta ou indiretamente. Se uma agência está em uma concorrência de produtora e ela não tem pessoas negras em seu casting de diretores, pode não aceitar essa produtora. Se recebe uma proposta de fornecedor que não tem profissionais negros em sua estrutura, pode não aceitar”. Bora por em prática?

Ricardo Silvestre [Black Influence]

Esse ano a “Bolha da Influência estourou”, e estamos achando ótimo. Porque isso ajuda a criar o ambiente perfeito pra gente discutir e mudar o que não tá muito certo e incluir na brincadeira quem antes ficava à margem. Muitas vivas à Black Influence, empresa criada por Ricardo e que conecta marcas à jovens pretos e periféricos, ajudando esses creators e influenciadores a monetizarem seus trabalhos e acessarem dinheiros das marcas. Ricardo atua no desenvolvimento de projetos, campanhas publicitárias e parcerias estratégicas junto aos anunciantes com o objetivo de ajudar marcas a se comunicar com o público preto, no país composto por mais de 54% de população negra, através de pessoas e plataformas com poder de influência dentro da comunidade. Ah, e ele também é creator na página Coisas de Preto, onde discute racismo, diversidade, preconceito e outros temas de extrema urgência pro nosso país.